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Inflexibilidade psicológica: O músculo rígido da mente que limita sua vida

  • Foto do escritor: José Luis das Chagas
    José Luis das Chagas
  • 11 de nov.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 24 de nov.

Você já se sentiu "preso" aos seus próprios pensamentos, emoções ou padrões de comportamento, mesmo sabendo que eles não te ajudam a avançar? Essa sensação pode ser um sinal do que a psicologia chama de inflexibilidade psicológica. Longe de ser apenas uma "teimosia", essa rigidez mental é um processo que pode ter impactos significativos na sua saúde mental e qualidade de vida.


O Que é Inflexibilidade Psicológica?


A inflexibilidade psicológica refere-se a um padrão no qual nosso comportamento é excessivamente controlado por experiências internas (como pensamentos, sentimentos e memórias), muitas vezes na tentativa de evitar o desconforto que elas causam. Em vez de agirmos de acordo com o que é importante para nós (nossos valores), ficamos "congelados" ou agimos de formas que, a longo prazo, só aumentam nosso sofrimento.

Imagine a seguinte metáfora: você teve uma experiência ruim com pudim uma vez e, a partir daí, generaliza essa aversão, parando de comer não só aquele pudim específico, mas qualquer sobremesa parecida, perdendo a chance de experimentar algo delicioso no futuro. Na vida, a inflexibilidade funciona de forma similar: após uma experiência dolorosa, evitamos situações, pessoas ou sentimentos que remotamente nos lembrem a dor, limitando nosso repertório de ações e, consequentemente, nossa vida.


Os Impactos da Inflexibilidade no Dia a Dia


A pesquisa psicológica mostra que a inflexibilidade é um forte preditor de diversos problemas de saúde mental, subjazendo a quadros de depressão, ansiedade e transtorno de pânico.

Alguns dos impactos incluem:


  • Sofrimento Ampliado: A tentativa de controlar ou evitar sentimentos e pensamentos dolorosos paradoxalmente intensifica o sofrimento, em vez de aliviá-lo.

  • Restrição de Comportamentos: Limitamos nossas ações e experiências, evitando desafios, novos relacionamentos ou oportunidades de crescimento, o que impede uma vida plena e significativa.

  • Dificuldade de Adaptação: A rigidez dificulta o ajuste a novas situações e a consideração de perspectivas alternativas, tornando as mudanças inevitáveis da vida muito mais estressantes.

  • Baixa Qualidade de Vida: Ao nos afastarmos de ações que estão alinhadas com nossos valores, a satisfação geral com a vida diminui.


Desenvolvendo a Flexibilidade Psicológica

A boa notícia é que a flexibilidade psicológica não é um traço imutável; é um repertório de habilidades que pode ser aprendido e modificado. A Terapia Cognitiva comportamental e e Terapia de aceitação e compromisso, focam exatamente nisso.


Algumas estratégias envolvem:


  1. Aceitação: Aprender a dar espaço para pensamentos e sentimentos desconfortáveis, em vez de lutar contra eles.

  2. Fusão Cognitiva: Perceber que pensamentos são apenas pensamentos, e não fatos absolutos ou ordens a serem seguidas.

  3. Atenção Plena (Mindfulness): Estar mais presente no momento atual, em vez de se perder em ruminações sobre o passado ou preocupações com o futuro.

  4. Ações Comprometidas com Valores: Identificar o que realmente importa para você e agir consistentemente nessa direção, mesmo na presença de dificuldades.


Ao desenvolver a flexibilidade, passamos de uma vida controlada pela evitação para uma vida orientada por valores, recuperando a capacidade de agir de forma eficaz e significativa. Quer aprender empiricamente como ser mais flexível e consequentemente passar de forma mais funcional e leve sobre as situações do dia a dia? Me chame pelo link deste site, posso lhe ajudar com estas questões.





Referências Bibliográficas


  • Hayes, S. C., Strosahl, K. D., & Wilson, K. G. (2021). Acceptance and Commitment Therapy: The Process and Practice of Mindful Change. (Embora as edições mais recentes estejam em inglês, a obra é fundamental para a ACT).

  • Lucena-Santos, P., Pinto-Gouveia, J., & Oliveira, M. S. (2015). Terapias comportamentais de terceira geração: guia para profissionais. Porto Alegre: Synopsis Editora.

  • Bach, P. A., & Moran, D. J. (2008). ACT in practice: Case conceptualization in acceptance and commitment therapy. New Harbinger Publications.

  • Instituto de Psiquiatria do Paraná. (2024). Inflexibilidade psicológica: o que é e qual sua relação com a depressão?. Disponível em: https://institutodepsiquiatriapr.com.br/blog/inflexibilidade-psicologica-o-que-e-e-qual-sua-relacao-com-a-depressao/.

 
 
 

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