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Autoestima LGBTQIA+: Curar feridas e reencontrar a força de ser quem se é

  • Foto do escritor: José Luis das Chagas
    José Luis das Chagas
  • 25 de jul.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 24 de nov.


Autoestima LGBTQIA+: Curar Feridas e Reencontrar a Força de Ser Quem Se É



Você já se sentiu como se precisasse se esconder para ser aceito? Já teve medo de ser rejeitado(a), julgado(a) ou até agredido(a) por apenas existir em sua autenticidade? Essa é uma realidade vivida por muitas pessoas LGBTQIA+, e é também uma das raízes mais profundas dos abalos na autoestima dentro dessa comunidade.



A dor de ser ensinado a se envergonhar de si



Para pessoas LGBTQIA+, a construção da autoestima acontece, muitas vezes, num cenário marcado por exclusão, rejeição familiar, bullying escolar, violência e ausência de representatividade positiva. Crescer ouvindo que “algo está errado com você” fere diretamente a imagem que a pessoa constrói de si mesma.



De acordo com a Minority Stress Theory, desenvolvida por Ilan Meyer (2003), pessoas de grupos marginalizados (como a comunidade LGBTQIA+) enfrentam níveis mais altos de estresse por causa do preconceito, discriminação e estigmatização social. Esses estressores estão diretamente associados a maiores índices de depressão, ansiedade e baixa autoestima.



Um estudo publicado no Journal of Youth and Adolescence (2019) mostrou que jovens LGBTQIA+ são significativamente mais propensos a apresentar sintomas depressivos e autocríticos, justamente por conta de experiências de rejeição e exclusão desde a infância.



Por que isso afeta tanto a autoestima?



Porque autoestima não nasce isolada. Ela é construída em relação. Quando crescemos em ambientes onde nossa existência é invalidada ou invisibilizada, aprendemos a nos enxergar através dos olhos da rejeição — e isso gera feridas internas difíceis de cicatrizar.



A psicóloga clínica e pesquisadora Lisa Diamond, especialista em saúde mental LGBTQIA+, afirma que a validação social e o sentimento de pertencimento são fundamentais para o bem-estar psicológico dessa população.



Ou seja: não é a identidade LGBTQIA+ que é “problemática”, mas sim a forma como o mundo (ainda) trata essas identidades.



Como reconstruir a autoestima LGBTQIA+ com base na ciência e no afeto



A boa notícia é: autoestima não é um destino, é um processo. E existem caminhos seguros para recomeçar. Aqui estão três fundamentos cientificamente comprovados:





🧠 1. Quebrar o ciclo da vergonha com autocompaixão


A vergonha internalizada (“eu sou errado”, “não mereço amor”) é uma das principais consequências do preconceito. A pesquisadora Kristin Neff mostra que a autocompaixão — aprender a se acolher em vez de se julgar — reduz significativamente os níveis de ansiedade e autodepreciação. Em vez de se perguntar “Por que eu sou assim?”, pergunte: “O que eu preciso agora para me sentir em paz comigo?”





🧠 2. Criar uma narrativa de orgulho, não de culpa


A Terapia Afirmativa LGBTQIA+, reconhecida pelo APA (American Psychological Association), propõe que profissionais de saúde mental trabalhem para desconstruir crenças negativas internalizadas e fortalecer o orgulho da identidade. Isso inclui recontar a própria história, reconhecendo força, coragem e resiliência como parte do seu percurso.





🧠 3. Cultivar relações afirmativas e seguras


Estudos da Trevor Project mostram que a presença de pelo menos uma pessoa adulta afirmativa na vida de jovens LGBTQIA+ pode reduzir em mais de 40% o risco de sofrimento emocional grave. Estar em ambientes onde você é visto e respeitado fortalece naturalmente a sua autoestima.





🌈 EXERCÍCIO PRÁTICO: Reescrevendo sua história com orgulho (7 dias)



Durante 7 noites seguidas, antes de dormir, anote:


1. Uma situação em que você foi fiel à sua verdade hoje.


2. Algo que você aprendeu sobre sua força interior como pessoa LGBTQIA+.


3. Uma lembrança que mostra como você sobreviveu (e brilhou) apesar da dor.



Esse exercício de autoafirmação diária pode transformar vergonha em dignidade e solidão em pertencimento. Ele ativa a memória emocional de resiliência — e isso tem base científica na psicologia positiva e nos estudos de trauma.





Conclusão: Ser você não é um erro. É um ato de coragem — e de beleza.



Sua identidade não precisa ser motivo de dor, mas pode ser o solo fértil da sua força. Reconstruir sua autoestima é um gesto de amor radical por si mesmo(a). E você merece esse amor.



Buscar apoio psicológico, especialmente com um(a) profissional que compreenda e respeite sua vivência LGBTQIA+, pode ser o início de um processo de cura profunda. Você não está sozinho(a). E sua existência, exatamente como ela é, já tem valor.




 
 
 

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