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Antidepressivo não funciona? Entenda por que isso acontece e o que fazer!

  • Foto do escritor: José Luis das Chagas
    José Luis das Chagas
  • 28 de out.
  • 4 min de leitura

Olá, caros (as) leitores (as), muito bom ver você por aqui.

Primeiramente antes de focarmos na problemática do título deste texto e eu explicar para você as possíveis causas para o antidepressivo não estar funcionando ou não estar dando o resultado que você esperava, preciso dar uma breve descrição sobre o que é a depressão e como ela impacta o seu sistema nervoso e seu cérebro.


Entenda que a depressão não é uma fraqueza, mas sim uma doença complexa que causa alterações significativas na estrutura e no funcionamento do cérebro. Essas mudanças afetam tanto a química cerebral quanto as áreas responsáveis pelo humor, emoções e memória. 


A depressão não tem uma única causa, mas é o resultado de uma combinação de fatores genéticos, biológicos, psicológicos e ambientais. O desenvolvimento da doença varia muito entre as pessoas, e uma pessoa pode ser mais vulnerável a certos fatores do que outra.

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Como ela impacto o seu cérebro (alterações na química cerebral):


  • Neurotransmissores: Na depressão, ocorre um desequilíbrio de neurotransmissores como a serotonina, a noradrenalina e a dopamina. Essas substâncias são essenciais para a comunicação entre as células cerebrais, influenciando o humor, o prazer, a motivação e a energia.

  • Serotonina: Relacionada à regulação do humor e dos ciclos de sono e apetite. A diminuição da sua produção está diretamente ligada à depressão.

  • Noradrenalina: Afeta o estado de alerta, a concentração e a energia. Níveis baixos podem causar lentidão e falta de motivação.

  • Dopamina: Atua na sensação de prazer e recompensa, o que explica a perda de interesse e de satisfação em atividades que antes eram prazerosas. 


Agora que já sabemos um pouco mais sobre a depressão, vamos entender alguns possíveis motivos para que a medicação para a depressão não está funcionando com você.


Um grande fato é que ao procuramos um médico (a) psiquiatra sabemos que o protocolo inicial é a prescrição de medicações como Sertralina, Fluoxetina, Escilatropam, etc e estas vão agir em uma das causas da doença que é o desequilibro na transmissão neuronal (entre neurônios) e esta ai o ponto crucial na questão de você não estar se sentindo tão bem quando gostaria, pois ao tratar apenas com medicação você estará focando em apenas uma das causas e não estará olhando para o todo.


A depressão por ser multifatorial, precisa também ser tratada de forma multifatorial e multidisciplinar entre as disciplinas, médicas, psicológicas, físicas, etc.


Vou te dar alguns exemplos de como atuar de forma multidisciplinar, e assim conseguir os resultados que espera ao tomar os antidepressivos e no tratamento da depressão:


1-      Seu médico (a) deve exigir uma bateria de exames para rastrear a falta de alguma vitamina ou mineral, como por exemplo Vitamina D, ou o Ferro, onde baixos níveis destas substâncias podem estar desregulando a produção dos neurotransmissores como a serotonina, e consequentemente o seu cérebro não consegue se comunicar de forma eficaz (neurônio a neurônio) e como consequência você pode continuar sentindo o desânimo ou o cansaço típico deste tipo de adoecimento;


2-      Tenha atenção para a sua microbiota intestinal, isso mesmo, seu intestino tem uma fortíssima conexão com o seu cérebro, existindo entre eles uma via bidirecional, ou seja, o cérebro envia comandos para o intestino e o intestino envia comandos para o seu cérebro. Além disto as bactérias intestinais auxiliam na produção de serotonina, e um desequilíbrio na microbiota pode afetar essa produção, contribuindo para a depressão. A microbiota também influencia a produção de outros neurotransmissores importantes, como o GABA e a dopamina. Uma outra questão é que processos inflamatórios no intestino podem chegar ao cérebro, influenciando o humor e agravando os sintomas da depressão. Para estes casos, procure um (a) endocrinologista que poderá lhe indicar tratamento com probióticos (que tem se mostrado muito eficazes) e alterações na alimentação, que são fundamentais;


3-      Pratique exercícios físicos com regularidade, pois, é através do exercício que nosso corpo estimula a transmissão de noradrenalina e serotonina, essenciais para a modulação do humor e combate aos sintomas depressivos. Se você ainda não encontrou alguma forma de exercitar-se que lhe dê satisfação, que você goste genuinamente, sugiro que experimente várias e sem preconceito, até que você encontre a sua forma de manter o corpo em movimento;


4-      E por último e não menos importante, faça psicoterapia, isso, psicoterapia a terapia que é feita por profissionais de psicologia e que contenha embasamento científico, inclusive a terapia cognitiva comportamental (TCC) tem bases muito sólidas e comprovadas para auxiliar na melhora da depressão. Até mesmo porque, quando você usa a medicação para a depressão, os antidepressivos, você estará tratando a parte química do cérebro, mas você precisa cuidar também dos pensamentos que lhe geram a depressão, como pensamentos de catástrofe, de comparação com o outro, de medo do futuro, de insatisfação com a vida, estas questões o antidepressivo e nenhuma outra medicação irá resolver sozinho, pois apenas na psicoterapia (terapia) que você irá encontrar um espaço seguro para elaborar estes pensamentos.


Então eu preciso reforçar, a depressão é multifatorial e você precisa ter atenção a isto na hora de começar algum tratamento ou começar a tomar antidepressivos. Procure profissionais sérios e que estejam sempre atualizados, para que desta forma você tenha certeza de que está:


1-      Rastreando corretamente e dando atenção para todas as possibilidades do processo de adoecimento;

2-      Que você está de fato seguindo o tratamento com maior comprovação cientifica.


Não deixe de consultar profissionais especializados antes de iniciar qualquer tratamento ou utilizar qualquer substância e se precisar de apoio no processo psicoterapêutico, estou aqui para lhe auxiliar, conte comigo.


E caso tenha gostado deste post, fique atento (a) pois semanalmente tem post novo no blog, com conteúdos relevantes, para você que tem buscado mais conhecimento e cuidado com a sua saúde mental.


Se precisar, pode me contatar pelo link deste blog.



Referências:


PASTORIO DA SILVA, A.; SOARES, N.; MOMBELLI, M. A. A INFLUÊNCIA DA MICROBIOTA INTESTINAL NO TRANSTORNO DEPRESSIVO: Uma revisão da literatura. Psicologia E Saúde Em Debate, [S. l.], v. 10, n. 2, p. 29–43, 27 ago. 2024


MIRANDA, L.; GATICA, R. S.; TELHADO, R. S. Revisão sistemática sobre os efeitos dos probióticos na depressão e ansiedade: terapêutica alternativa?. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 26, n. 9, p. 4087-4099, set. 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/dKmhqRf3P5d9gGfHgVnPjYR/?format=pdf〈=pt. Acesso em: 27 out. 2025.


DINIZ, L. M. et al. O uso de probióticos no tratamento de ansiedade e depressão. RBONE - Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, v. 19, n. 118, p. 118-125, maio 2025. Disponível em: https://www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/2632. Acesso em: 27 out. 2025.

 

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